quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Mês do Ramadã

Como prometido aqui vão as impressões sobre o Ramadan.

Antes de tudo, permitam-me corrigir as informações da postagem anterior.Em Dubai nada fecha no período do nascer ao pôr do sol, o que fecham são alguns restaurantes e as praças de alimentação dos shoppings, embora a maioria permaneça aberta e receba encomendas para viajem. Comer em publico beber qualquer coisa inclusive água e fumar é proibido.Os seguranças do shopping vigiam e pedem que você leve o conteúdo para a sua casa e consuma lá. Todos respeitam sem exceções, mas notei que alguns árabes muçulmanos fumam dentro de seus carros quando em tese ninguém está vendo.

A razão do jejum no Ramadã é solidarizar com os necessitados e desenvolver a autodisciplina priorizando as coisas do espírito sobre as coisas do corpo. O fasting, como é chamado em inglês aqui, ocorre do nascer ao pôr do sol e é quebrado com um desjejum chamado Iftar que corresponde à ceia cristã do Natal, só que todos os dias, durante o ramadã, no horário astronômico do pôr do sol. A festa é alegre e os funcionários aqui do aeroporto reúnem-se nas mesas de Iftar da praça de alimentação após a oração do por do sol (Salatul Magrib). O prato é comida árabe principalmente. Falarei da gastronomia em outra ocasião.

Neste mês pede-se moderar as atitudes em frente aos muçulmanos e não comer e beber em frente aos colegas que estão jejuando aqui na empresa. Estes cumprem um expediente reduzido de 6 horas e recebem hora extra quando se estendem em seus deveres. Fui convidado para a Iftar inúmeras vezes o que é uma honra para não muçulmanos, porém não posso aceitar por questões éticas. Sou registrado como cristão dentro da empresa, e preferi evitar comentários sobre direitos trabalhistas (suspeitas sobre utilizar a religião como pretexto para receber hora-extra).

O movimento aqui no aeroporto diminuiu muito no período. Somente vôos para Jeddah, próxima a Mecca, que costumam estar cheios devido à peregrinação neste período. Diz o Al Quram (Alcorão- essa tradução em português não fez sentido pra mim quando cheguei) que as peregrinações à Mecca no período do Ramadã multiplicam as bênçãos dos peregrinos. Estas viagens são chamadas de Umra e os viajantes vestem-se somente com panos brancos em volta de si.

Em Jeddah (Arábia Saudita) há um esquema aeroportuário montado onde os passageiros do Umra são desembarcados em um terminal exclusivo e todas as bagagens que seguem para este destino tem uma etiqueta especial escrito Umra. No retorno os fieis trazem galões de Zam-zam, a água da fonte que Abraão fez jorrar do deserto, que dizem ser abençoada. Normalmente trazem como excesso de bagagem a uma média de 25reais por kg/l de água. Meus colegas do departamento de bagagem contam várias histórias de brigas no desembarque por causa da troca de galões ou extravio da Zam-zam. O que normalmente ocorre com passageiros que chegam atrasados nos vôos.

O cumprimento durante o Ramadã é Ramadan Kareem ou Ramadan Mubarak que corresponde ao Feliz Natal. A vantagem dos muçulmanos é que eles têm 30 ceias de "Natal" por ano e nós só temos uma. Lembrei-me dos 5 quilos que ganhei no último Natal. Nossa! Ainda bem que não fui! 5 x 30 são 150 quilos!

2 comentários:

Unknown disse...

E ai Fredao tah vivendo vida de Rei ai nas Arabias heim!!!
petroleo, muita mulher bonita, no minimo vai querer comprar mais mulheres com camelos daqui a pouco hehehe
abracos Anthony

Fred Lavia disse...

Pois é, desde quando rei marca ponto na entrada e na saída...rsrsrs...mulher, essa foi a única coisa que eu não vi por aqui, elas estão todas empacotadas pra viajem...rsrsrs.